31ª Semana – Processo Criativo

Iniciámos a semana com agitação e animação, por terminarmos a fase 3 do Projeto: Execução. Estávamos ansiosos para ver o produto final e agora preparamo-nos para a fase 4: Divulgação do Projeto.

Com a realização do Projeto, tivemos a possibilidade de questionar, participar na planificação do projeto, investigar e cooperar. Uma vez que toda a fase de execução do projeto foi feita em momentos de pequeno e grande grupo, aprendemos a dialogar, criticar, comparar, negociar, levantar hipóteses e resolver problemas. Como Malaguzzi (2001, citado por Lino, 2012) alude, o projeto pertence à turma e, por isso, torna-se essencial que "cada elemento do grupo contribua com as suas melhores capacidades e conhecimentos, partilhando e trocando experiências de forma a construir algo novo e inesperado, algo impossível de construir individualmente" (p. 131).

Para retornarmos à calma e voltarmos aos nossos "jogos", fizemos uma atividade de exploração da criatividade que consistia no seguinte: a turma dividiu-se em dois grupos, cada grupo tinha à sua frente um pedaço de papel cenário. Cada elemento do grupo tinha na sua posse apenas uma caneta de filtro, que a usava para desenhar algo que sentisse ao ouvir a música. Sempre que a música parava, cada elemento do grupo se desviava para o desenho da esquerda, desenho feito pelo colega do lado. Ou seja, cada elemento abandonava o seu desenho inacabado para modificar/melhorar o desenho do colega do lado. Todos os elementos do grupo passaram por todos os desenhos.

Esta atividade, para além de deixar os alunos explorarem a sua criatividade livremente, permitiu-lhes aceitar as mudanças que os colegas fizeram nas suas criações. Alguns alunos na reflexão da atividade fizeram as seguintes observações:

"O meu desenho ficou mais bonito com o que os amigos fizeram!" (2º C, Ericeira)

"Eu gosto mais do meu desenho agora!" (2º C, Ericeira)

"Eu não gostava do meu desenho como ele estava antes!" (1ºA, Carvoeira)

Esta atividade, muito simples mas muito rica em aprendizagens, permitiu-nos aprender: a explorar a música e a linha, a aceitar e respeitar as ideias dos outros, a apreciar o resultado final e a refletir sobre a importância do que foi feito.

Mais uma vez, podemos afirmar que "juntos conseguimos". Na nossa sala, aprendemos, divertimo-nos, sempre juntos porque só assim tudo se torna melhor e mais fácil!

Lino,(2012). O Modelo Pedagógico de Reggio Emilia. In J. Oliveira-Formosinho (Org.), Modelos Curriculares para a Educação de Infância. Construindo uma práxis de participação (pp. 130). (4ª Ed). Porto: Editora